Abaixo estão descritas algumas das atividades educativas realizadas no Jardim Botânico. Esperamos que cada uma delas atinja diferentes públicos, mas o objetivo é sempre o mesmo, reaproximar as pessoas da natureza e fazer com que esse contato se transmita a um número maior de pessoas.
O Jardim Botânico de Manaus contém uma área de quase 500 hectares de floresta nativa da Amazônia Central. Representada por aproximadamente 1.300 espécies de árvores, essa floresta primária é um espaço para o visitante ter contato com uma Amazônia idêntica àquela de 500 anos atrás, época do descobrimento do Brasil. As trilhas interpretativas levam o visitante a conhecer os detalhes, aromas e o cotidiano, não apenas das plantas, mas também dos animais e outros seres vivos que vivem ali. Com o auxílio do guia, todos os dias podem ser vistas interações, processos ecológicos, árvores centenárias, estratégias de defesa e arquitetura, enfim, tudo que poderia ser tema de uma aula de biologia, matemática, física e engenharia, em menos de uma hora de trilha.
A tenda de exposições do Museu da Amazônia no Jardim Botânico é um espaço para mostrar aos visitantes vários aspectos da região Amazônica, desde a Arqueologia e a história dos povos amazônicos à agricultura não-convencional moderna, dos peixes típicos ao encontro das águas do rio Negro e Solimões. A cada ano o Museu da Amazônia vai apresentar uma exposição nova, sempre relacionando conhecimento científico atualizado com o saber tradicional e dentro de um conceito de museu vivo, onde os elementos em exposição não são simples objetos para serem apreciados e, sim, elementos correlacionados com que o visitante possa interagir.
Quando olhamos o céu à noite e nos dedicamos a procurar constelações conhecidas, como as três-marias ou o cruzeiro-do-sul, dificilmente lembramos que povos de outras culturas enxergam o céu de outra maneira e dá outros nomes aos conjuntos de estrelas. Para demonstrar como algumas etnias indígenas usam o céu noturno para desenvolver sua própria mitologia e sistema de calendário, o Museu da Amazônia preparou um planetário especialmente criado para a região amazônica. Ali o visitante pode aprender como certas estrelas marcam a entrada de um ano, ou do início do período de chuvas na cultura de povos indígenas.
Existem diversas formas de produzir frutas e verduras. Uma das menos utilizadas, porém menos agressiva ao ambiente e menos sujeita a pragas e erosão, é a Agrofloresta. É, também, menos produtiva no início, mas tem muitas outras vantagens que supera as técnicas convencionais, voltadas principalmente à quantidade de produto. A Agrofloresta utiliza uma combinação de espécies diferentes de plantas, baseada no princípio de equilíbrio ecológico, assim uma planta ajuda a fertilizar o solo, outra faz sombra, uma atrai pássaros que ajudam a combater pragas. No Jardim Botânico de Manaus existe uma trilha em torno do lago onde foram plantadas diversas plantas típicas de agroflorestas amazônicas, dividida em setores. Em um setor as árvores se destinam à alimentação, em outro, plantas medicinais, no setor seguinte às madeireiras, de maneira que diferentes espécies auxiliam no desenvolvimento do espaço físico, assim como uma equipe. Em longo prazo a produção nesse sistema tende a crescer, ao contrário das monoculturas, como soja e algodão, que perdem a produtividade, desgastam o solo, além de atrair pragas e haver a necessidade de combatê-las com agrotóxicos cada vez mais fortes e caros.
O programa Verde Perto de Educação Ambiental e Científica é um complemento à educação formal, que atende escolas públicas das proximidades do Jardim Botânico. Crianças em torno de 10 anos são convidadas a participar do programa que tem a duração de um mês. O Verde Perto é composto por palestras e oficinas agrupadas dentro de um tema central, por exemplo, a comunicação entre os seres vivos ou a Arqueologia. Dessa forma temos uma palestra temática aplicada no início da semana que direciona todas as oficinas, de artes plásticas, de caminhada nas trilhas, de música e teatralidade durante o resto da semana. Acreditamos que uma educação assim, diretamente em contato com a natureza e realizada de forma lúdica, desperta na criança o sentimento de compreensão e respeito aos seres vivos.
A tarde de jogos é mais uma atividade do programa de Educação Ambiental do Jardim Botânico. Todos os domingos a partir das 13h as crianças têm a oportunidade de participar de jogos educativos voltados para a construção de valores e práticas de preservação ambiental. Através das brincadeiras as crianças são estimuladas a (re)conhecer e valorizar a biodiversidade da floresta amazônica.
A arte de contar histórias é um dos hábitos mais antigo do homem. As histórias, passadas de geração em geração, provocam o encantamento e colocam o ouvinte em contato com emoções e valores, criando um elo entre a realidade e a fantasia. O projeto Contadores de Histórias do Jardim Botânico pretende, através do mundo multicolorido das histórias e lendas, transmitir valores úteis ao relacionamento social, principalmente a sensibilização para as questões ambientais. Através do resgate da literatura popular e regional, o Jardim Botânico convida a todos a se apaixonarem pelas histórias e pela leitura. O projeto acontece todos os sábados às 9h. Além das histórias narradas serão realizadas atividades lúdicas relacionas com o tema narrado. A entrada é gratuita e aberta ao público de todas as idades.
A dança popular que já foi considerada um símbolo da marginalidade conquistou espaço no Jardim Botânico de Manaus. O Hip-hop ajuda crianças e jovens do bairro Cidade de Deus a desenvolver diversas habilidades, como a força, equilíbrio e agilidade. Sob a supervisão do prof. Ismael (B-boy Cruel) os alunos desenvolvem coreografias e letras de músicas para suas apresentações em eventos. Os ensaios para turma mista acontecem quintas e sextas-feiras das 14:00 às 16:00, as aulas exclusivas para meninas acontecem todas as sextas das 9 às 12h.
Ilustrações botânicas, coleta e identificação de plantas, observação de aves, astronomia, produção de bonecos. Esses são os títulos de algumas das oficinas e cursos já realizados no Jardim Botânico em 2010. Com o objetivo de capacitar pessoas da comunidade em geral ou de grupos específicos (estudantes de ensino médio, professores, crianças em grupo de risco), os cursos e oficinas são oferecidos de forma casual de acordo com a disponibilidade de recursos, instrutores, e também do próprio público alvo. A produção realizada nesses cursos e oficinas geralmente pode ser aproveitada e absorvida pelo próprio Jardim Botânico, como foi o caso dos cursos de capacitação em minhocultura, em que se aproveitou o curso para reestruturação do minhocário já existente, e na próxima oficina de Mamulengos, em que serão produzidos bonecos para a recepção dos visitantes e em peças teatrais do Jardim.
Buscando registrar o aprendizado dos visitantes sobre as plantas das trilhas do Jardim Botânico, a equipe do MUSA desenvolveu um jogo que relaciona a imagem de árvores, ervas e cipós com seu papel ecológico, principais características e como elas são usadas pelos seres humanos. Após a caminhada nas trilhas com o guia, que dá ênfase nas 30 plantas do jogo, os visitantes são divididos em dois grupos, cada grupo escolhe um representante por rodada. Em cada rodada o guia sorteia uma planta e dá uma dica que caracteriza uma das plantas mostradas no painel. Ao sinal do guia, o representante de cada equipe deve correr até a mesa e selecionar um dos cartões numerados que representam as plantas no painel. Ganha a equipe que acertar o maior número de plantas antes da outra equipe, sendo que cada erro desconta pontos para a equipe inteira.